Tuesday, August 29, 2006

 

Strawberrys with Sugar Generation

Decidi voltar a escrever por obra do mero acaso, ou por ter algum tempo para o fazer. Gostaria de reportar ao tema que fez e continua a fazer parte da sociedade tal como a conhecemos: a manipulação de massas. Se Osama Bin Laden é maquiavelicamente inteligente para conseguir que outros dêem a vida por uma causa sua, se George W. Bush consegue ser eleito presidente do país economicamente mais poderoso do Mundo, se Santana Lopes consegue ser Presidente da Camara da cidade onde eu nasci e fui criado, então meus amigos e minhas amigas, vivemos num mundo de loucos. Isto politicamente falando, porque, a um nível bem mais local e centrado na nossa península tão isolada dos pontos de decisão europeus e mundiais, nunca vivemos tão pressionados pelos outros, pelos " media ", pela publicidade. Todos nós homens criticamos o dito metrosexual, mas não fundo, nehum nós não dispensa o nosso creme hidratante ou até mesmo o nosso perfume que nos faz sentir tão bem com nós próprios. E isto faz-me questionar até que ponto somos influenciáveis ?
Qual o jovem adolescente que não acompanha a tão balada série Morangos com Açucar ? Qual a criança que não delira com os fantásticos passos de dança de Floribella ? Correndo o risco de falar do que não sei, gostaria de reflectir sobre alguns pontos que não deixam de criar alguma inquietude ao ver tais demonstrações de "junk-food" televisiva. Se Morangos com Açucar fala da vida de um grupo de jovens que vivem em Portugal, e mesmo tendo em conta a orientação mais extremista do termo " ficção ", gostaria de deixar no ar algumas questões: Não existem pretos ? Não existem asiáticos ? Não existem ucranianos ? Ninguem fuma ganzas ? Ninguem deixa crescer o cabelo ? Toda a gente se veste como nas montras da Pull & Bear ? Ninguem deixa crescer a barba ? Não existem metaleiros ? Ninguem é roubado ? Não se snifa coca ? Ninguem se embebeda ?... O que vemos nesta série não é mais que um retrato de uma sociedade que, erradamente, induz aos nossos jovens / crianças que o que é " fixe " é ter as melhoras roupas, o penteado mais limpinho...quando na verdade o choque com a realidade é bem maior. Isto para não falar na paupérrima qualidade ( se é que existe alguma ) dos " actores e actrizes " que encarnam personagens de um mundo tão irreal como só Morangos com Açucar caracteriza.
Num universo mais paralelo, os ditos " fenómenos " musicais que acompanham tal série só dinamizam a vontade do meu ego musical de emigrar. Não é a qualidade que interessa, é o pacote. Não é fazer boa musica, é saber vende-la. Não é saber cantar, é saber rimar. Não gostaria de falar de nomes, porque, sinceramente, acho que nem sequer merecem que se falem de tais atrocidades, pois as nossas mentes e egos já estão suficientemente lesados pelos massacres televisivos e publicitários que inevitavelmente as acompanham. Já dizia um grande senhor " Voçes sabem de quem eu estou a falar ".
Dando azo ao vosso lado mais contestário, sim, eu queria ser o He-Man, o Spider Man, um Transformer, mas não sei de que forma isso poderia contribuir para a formação da minha personalidade, a não ser viver num mundo de fantasia tão típico das crianças e fazer não mais do que qualquer criança deve fazer: brincar.
E a pouco e pouco vamos todos ficando um pouco mais poluídos, e proporcionalmente, os bolsos dos ricos vão enchendo.
Divirtam-se.

Tuesday, December 27, 2005

 

Politiquices

Na banca de hoje podem-se ler as disputas acesas entre os candidatos á presidência da nossa Republica, discursos sem objectivos, definição e clareza junto do eleitorado. Assistimos a pseudo debates, que em nada contribuem para o esclarecimento do povo, e apenas enriquecem a já gasta ideia de que o político é apenas escolhido pelos seus representantes pela sua imagem, e pela sua falsa eloquência. Neste pais, sofremos de uma “partidite” aguda, onde os votos não são atribuídos a uma ideia, a um plano, mas sim a um determinado partido, apenas por tendência, por hábito, contribuindo dessa forma para a já gigantesca apatia e estagnação mental em que vivemos. Tentei, sinceramente tentei. Mas é impossível assistir a confrontos em que ideias apenas levam a insultos pessoais, trocas de galhardetes, obviamente lamentáveis, que só podem ser traduzidos em insultos ao eleitorado, que anseia por ideias, por planos de trabalho, devidamente estruturadas. Esperemos que não cheguemos ao nível do Parlamento de Taiwan que já nos habitou ás fantásticas sessões de luta livre e arremesso de objectos contundentes.

Recordo-me de um confronto nas tão pobres e já felizmente passadas eleições autárquicas deste ano, entre Manuel Maria Carrilho e Carmona Rodrigues. Senti-me revoltado ao testemunhar tal prestação tão degradante para a classe política e à inteligência humana, ao assistir a interrupções constantes, insultos pessoais e familiares, falta de ideais, e pior que falta de ideias, falta de ideais. Não consegui aguentar por muito mais tempo e recorri ao zapping. É isto a política em Portugal.

Entristece-me saber que temos pessoas muito capazes, com provas dadas, mas que, chegadas ao Governo, parecem perder todas as suas qualidades, ficando presas nos tentáculos dos “lobbys” governamentais, que, ao longo de anos e anos, retraem o crescimento da nossa sociedade.
Repare-se nos casos de grandes personalidades que encontraram noutros países o caminho para melhor explorar as suas qualidades, os nossos futebolistas de classe mundial, António Damasio, José Saramago, entre outros.

Felizmente, nem tudo é mau, algumas medidas tomadas nos últimos anos por alguns dos nossos governantes agradaram-me nomeadamente as medidas tomadas pelo elenco governativo de José Socrates no que diz respeito à caça à fuga ao fisco, acto tão orgulhosamente evocado pelo português, como forma socialmente instituída de enganar o Estado e dessa forma, enganar o próximo. Esta forma tão assumidamente portuguesa e terceiro-mundista do qual se pavoneia o falso contribuinte português, e que parece ser arrastada de geração em geração.
A partir do momento em que o próprio Estado comete ilegalidades, como podem pedir ao contribuinte que não as cometa ? Trabalho numa instituição estatal onde são praticados contratos a termo certo de 3 meses por períodos contínuos de 5 anos e até mais, claramente contra a lei do código do trabalho que indica que o prazo máximo em que isso pode suceder são apenas 2 anos e seis meses. Tal como diz o povo, o exemplo tem de vir de cima e sendo a fiscalização destes actos praticamente inexistente, iremos continuar a lamentarmo-nos dos nossos parcos salários e precárias condições de emprego.

Nestes 31 anos e alguns meses pós- ditatoriais, vivemos numa euforia desmesurada de liberdade, contrastando com o rigor financeiro e organizacional de outros países europeus. Basta olhar para o nosso vizinho do lado.
Não saudando o regime ditatorial salazarista ( os blogs nos anos salazaristas seriam obviamente censurados ) talvez devêssemos pensar na forma rígida e organizada como eram tratados alguns assuntos, e não explodir numa manifestação errada de liberdade anteriormente enclausurada nas celas da PIDE-DGS, prestes a ser tornada num regime anárquico, onde reina a lei do que melhor consegue enganar.

Depois da desastrosa passagem pelo Governo de Santana Lopes e seus amigos, iremos testemunhar no próximo ano o regresso do fantasma laranja de Boliqueime, que há 10 anos, deixou o pais em caos, saída então tão festejada pelo povo português. Infelizmente, ao povo português foi diagnosticada uma patologia grave de amnésia, e vamos ter como Presidente da Republica um homem que ordenou a carga policial sobre a voz da revolta contra as portagens na ponte 25 de Abril, ponte essa, que segundo os nossos prezados ecónomistas, já foi paga mais de 3 vezes.
Continuaremos a ter nas nossas Câmaras Municipais autarcas corruptos e corruptas, que apesar das fugas para o sol e para a praia financiadas pelo muy famoso saco azul, voltam aclamados pelos seus eleitores. O povo tem aquilo que quer e mais não peçam. Já diz o ditado, “ cada um tem aquilo que merece. “
Sendo nosso, compete a nós mudar este pais... Mas à luz do que tem vindo a acontecer nos últimos anos, este deixa de ser cada vez menos o meu país.


Friday, November 18, 2005

 

A continuação do Caos

Endivida-te até ao extremo de não ter um centimo que seja no 5 dia do mês, e passar o resto dos dias a penar por trocos mais parcos que sejam. Guia o teu carro topo de gama, usa o teu telemovel de ultima geração, o teu casaco D & G, que só estarão pagos daqui por 5 anos, e aproveita a sensação efémera de possuir um bem material, que nem ainda é realmente teu. Sê escravo do teu egocentrismo, das tuas posses, e das tuas inseguranças.

Cai no abstencionismo social e deixar de dar voz ás tuas indignações e opiniões, permitires que as acções da comunidade política te desiludam constantemente, deixar de acreditar num futuro, lutar sem objectivos. Automatizares a tua existência, de forma a que todos os dias sejam iguais, inócuos, sempre demasiado reais. Deixares de idealizar objectivos, quer sejam eles, a curto, médio ou longo prazo, e dessa forma, nunca saber o que poderias ter feito com a tua vida. Chegares aos 65 e arrependeres-te de nunca ter tentado, de sempre teres sido acomodado, de querer mudar algo e já não ter tempo...

2) Inconformismo – Sê fiel a ti próprio, ás tuas convicções, á tua forma de ser, de estar e modo de pensar. Revolta-te contra o que julgas estar errado, e, mais importante que apontar defeitos, apresenta soluções. Investe na tua formação, e na tua proactividade , abre uma empresa, e caso não tenhas dinheiro para isso, pede um financiamento, investe. Investe na tua evolução como pessoa, rema contra a maré que afoga a tua ambição e as tuas capacidades. Acredita em ti, e na capacidade de mudar o que está erradamente instituído como sendo socialmente correcto, ditado pela sociedade que te molda, mas pelas mesmas mãos que te estrangulam. Não te limites ao que é imposto, tenta sempre alcançar algo mais, algo mais esse que poderá fazer a diferença nos teus objectivos. Acredita no teu pais, e nas capacidades dos teus conterrâneos em alterar o estado depressivo das vontades e das mentes. Continua a lutar, quiçá, ingloriamente.

3)Alternativo – Parte para outra. Põe de lado o que não está de acordo com as tuas ideias para uma vida equilibrada, e deixa de pensar nas eventualidades de um insucesso.
Não te limites ás fronteiras do teu pais, não receies o desconhecido, pois não poderás esperar alterações de algo estagnado. Continua o teu percurso evolutivo, mesmo que não o possas fazer nos limites geográficos do teu pais de nascimento. Alarga a tua cidadania ao mundo, a outras nacionalidades, a outras pessoas, cujos objectivos de vida são exactamente os teus. Vive a tua vida sabendo que fizeste o que podeste para atingires os teus objectivos, alcançares as tuas metas, concretizares os teus sonhos, pisares a linha da meta da tua existencia. Tendo sempre em conta as tuas origens e de onde vieste, arrisca, confia em ti, nunca deixando de ser humilde e colocares-te em pé de igualdade com todos os outros, tratando todos com o mesmo nivel máximo de respeito. Arrisca.

Talvez seja uma forma demasiado teórica de colocar algo tão subjectivo e tão pessoal como projectos de vida, no entanto, penso que uma reflexão sobre o momento da juventude actual é imperativo ( sim, ainda me enquadro na juventude, apesar de já não ter direito a Cartão Jovem ). Vivemos em tempos deprimidos, em que vemos os jovens mergulhados nos excessos do caos da droga e do álcool. E digo excessos, porque acredito que a vida terá de ser obrigatoriamente regulada por equilíbrio, pois excessos, quer sejam eles excessos de algo bom ou algo mau, serão sempre prejudiciais. Não quero de forma alguma que fiquem com a impressão que não tolero o consumo de álcool e drogas, apenas que encontrem o vosso equilíbrio, o vosso limite, e que saibam parar quando o atingirem. Obviamente, quando falo de drogas, não me refiro ás ditas drogas pesadas, mas a outras drogas que nos vão destruindo dia após dia, mais especificamente o tabaco, que traz inevitavelmente outros danos... No entanto, irei mais tarde dedicar-me a descrever a minha opinião sobre o tabaco.
Não posso deixar de ficar desiludo com algumas pessoas próximas de mim que se dedicam exclusivamente ao consumo de álcool e tabaco, e desperdiçam assim as suas existências. Se bem que penso solenemente que todos, mas todos, devem fazer o que realmente querem, e se isso for desperdiçar as suas vidas dessa forma...que o façam, se assim forem felizes. No entanto, é com tristeza que vejo que essas pessoas não conhecem o outro lado da vida...o bom.

Monday, November 14, 2005

 

Caos

Segunda Feira, dia 14 de Novembro do ano de 2005, 11.35 da manha em Lisboa.


Nasce mais um dia, mais uma semana na urbe, as toupeiras apressam-se a sair das suas tocas para mais 8 horas de labuta... para uma reduzidíssima minoria, serão horas de prazer, mas para a grande maioria serão horas contadas aos minutos, aos segundos, aos milésimos, aos nano-segundos, pois já dizia um grande escritor, “para quem espera, o tempo não passa, para quem não espera, o tempo corre“... admito... não foi um grande escritor que proferiu tal afirmação, mas sim, eu próprio, mas...talvez esta afirmação não fuja muito à verdade, talvez um dia eu seja grande e talvez um dia eu seja escritor. Ou não.


Inicio este blog, não por moda ou tendência generalizada, nem para impressionar o sexo oposto, mas talvez por necessidade de partilhar ideias neste mundo tão aberto e paradoxalmente tão enclausurado em si próprio, fechado no seu egocentrismo e nas suas muralhas institucionalizadas. Nunca me aventurei neste mundo das palavras, excluindo alguns artigos sobre musica que escrevi apenas por divertimento, já lá vão alguns anos. Talvez o faça por ser narcisista... não sendo necessariamente o narcisismo um defeito... Se todos nós gostássemos mais de nos próprios, talvez os nossos níveis de confiança estivessem mais altos, os nossos índices motivacionais tocassem os picos mais altos da tabela, e dessa forma, pudéssemos contribuir para a qualidade das nossas vidas. São este tipo de opiniões que quero partilhar com quem esteja interessado em saber algo mais, uma simples opinião de mais um mero cidadão, mas que não pode deixar de ficar indignado e calado perante alguns acontecimentos que nos martirizam e nos deixam intelectualmente amputados.


Vivendo num pais ( parafraseando um cliché muito utilizado recentemente ) na cauda da Europa, e cada vez mais mergulhado num caudal de incerteza, apatia, e comodismo, não nos resta a nós senão três opções que passo a enumerar:


Opção 1) Apatia, Opção 2) Inconformismo, opção 3) Alternativa


Apatia – Assinares o teu contracto de trabalho a termo certo, e até a tua entidade patronal julgar que és dispensável, uma despesa, um fardo corporativo. Mudar de emprego á velocidade que te é ditada pelas necessidades laborais das ditas grandes empresas, cair na incerteza de um futuro cada vez mais confuso e indefinido, não conseguires concretizar os teus sonhos e não evoluíres como pessoa. Deixar que todas estas incertezas te deixem abater, á custa dos porcos capitalistas, que se regozijam com o crescimento das suas sujas contas bancárias ás custas do trabalho precário desta nossa geração. Deixares de acreditar nas tuas capacidades e acomodares-te ao que te providencia o capital necessário para pagar as tuas obrigações mensais, os teus vícios, as tuas necessidades, a tua vida mundana, a mais imediata.

( continua num proximo capitulo...)


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